sábado, 12 de outubro de 2013

Saudade da infância


Que saudade da infância.
Tempo em que tinha todas as tardes livres. Quando não estava brincando, estava assistindo TV ou então dormindo. Não sabia o que era conta pra pagar nem muito menos o valor do dinheiro.
Preocupação não fazia parte do meu vocabulário, e nem do sumário. Completamente diferente dos dias atuais.
Lembro-me das tardes na casa da vovó, alguns primos e diversas brincadeiras, mas não era melhor que os domingos quando estava a família toda reunida: primos, tios, agregados e quem mais quisesse chegar.
Televisão só passava a existir quando eu estava só. Quando tinha pelo menos um primo comigo, queríamos era brincar na rua, na chuva... na fazenda não, pois nessa época meus avós já não a possuía. Recordo-me que as brincadeiras eram muito mais interessantes, mais divertidas. - Sete pecados, baleado, barra bandeira, amarelinha, cinco cortes, esconde-esconde... - Como dá pra perceber as brincadeiras nunca eram dentro de casa, lá só entrávamos quando alguém chamava.
Ah! Que tempo bom que não volta mais. Agora só resta na lembrança e nas fotografias guardadas na gaveta.
Hoje tudo mudou, tanto para mim quanto para as crianças atuais. Para mim as responsabilidades aumentaram, os problemas apareceram, a preocupação está sempre presente. As brincadeiras agora são em volta de uma mesa, contando piada ou relembrando situações engraçadas do passado. São os momentos mais felizes atualmente.
Para as crianças de hoje as brincadeiras de outrora já não tem mais graça. Brincar na rua por quê? Melhor é ficar dentro de um quadrado assistindo TV ou acessando a internet. Se bem que com tanta violência e bandidagem que há atualmente é mais seguro ver os nossos filhos dentro de casa mesmo.
Instinto de sobrevivência.
Quando criança eu queria ser adulto, hoje adulto luto para não perder a criança que ainda existe em mim. A minha infância sempre vai existir, agora dentro de mim, nas lembranças e nas saudades. Que eu nunca esqueça o que aprendi e o que senti quando criança. Só assim serei um adulto muito mais feliz e livre.

Ainda assim continuo com uma baita saudade da infância, a gaveta abriu e não quer fechar. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Meu Maior Projeto


O tempo passa feito raio.
A cada dia cresce mais esse sentimento.
A vida toda foi um ensaio,
Para esse amor sem julgamento.

Com você tudo é perfeito,
E a vida não teria graça.
O nosso amor é sem preconceito,
E forte que não tem quem desfaça.

Minha boca procura a sua.
Quando estamos longe tudo é sede.
A verdade nua e crua,
É que sem você nada sucede.

O amor está por toda a parte.
Nos olhos o mesmo reflexo.
Você é a minha arte,
Envolvida num amplexo.

Será sempre meu maior projeto,
Nesta vida e na outra,
Serei teu arquiteto,
E juntos seremos só afeto.

Você pra mim é tudo.
Hoje me sinto um Rei.
E por isso que eu digo, não fico mudo:
Eu te amo e sempre te amarei.


Lhéo Fernandes

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Desejo Proibido


 Hoje aconteceu algo inesquecível. Desde sempre tive maior tesão no Marcos, meu melhor amigo. Como de praxe em todos os casos, esse desejo não era correspondido. No começo foi muito difícil lidar com a situação de estar perto dele e não poder tocá-lo, sentir o seu hálito e ter que me segurar para não beijá-lo. O tempo foi passando, e por gostar tanto do Marcos fui aceitando o que ele tinha para me oferecer no momento, apenas sua amizade. Que para mim já era o suficiente.
Porém, nunca tinha questionado o fato de eu me acostumar com tão pouco, comparado ao que sentia por ele. E o que eu sentia era algo muito forte, então aceitei que ele me desse metade da metade do meu sentimento por ele. Estava satisfeito, melhor uma amizade verdadeira do que um relacionamento conturbado. Sempre gostei das pessoas sem ser correspondido, amava sozinho e calado. Sofria, chorava, dava gargalhadas, sempre dialogando com o meu eu. Aprendi como controlar os desejos e as vontades, mas sempre havia um momento para colocar tudo para fora, mesmo esse momento sendo dentro de um quarto ou de um banheiro. Assim foi minha adolescência, então era expert em manipular os desejos e gozos febris. E no decorrer dos anos pra mim foi ficando fácil lidar com tudo isso.
Hoje almoçamos juntos como todos os dias, ele estava vestido com um jeans e uma camisa branca que mostrava as definições do seu corpo atlético, o seu cheiro aguçou o meu desejo. Era algo inebriante que mexia com os meus sentidos. Não sei o que tinha de diferente, mas depois de anos a chama do tesão reacendeu com todo gás, me deixando perdido novamente. Hoje parece que algo saiu do meu controle. Perdi completamente as rédeas do meu desejo. Durante o almoço passei o tempo todo incomodado com a situação, estava perturbado, o pior é que estava impossível de esconder. Ele, claro, percebeu algo, mas consegui desviar do assunto. Eu acho.
Até aí estava tudo bem, o que me confundiu mais ainda foi quando percebi olhares com segundas intenções da parte dele, e os toques demasiados da sua mão na minha quando estava contando sobre a próxima viagem de férias. Já não via a hora de voltar para o trabalho, só assim tinha algo para ocupar minha mente tão confusa. O trabalho ajudaria mesmo, se ele não trabalhasse na minha frente, e no mesmo escritório.
Dois anos depois de termos nos conhecido, começamos a trabalhar no mesmo lugar. Se eu não tivesse fazendo parte dessa história, poderia jurar que tudo é invenção ou então um conto qualquer de romance. Mas o pior: é tudo realidade.
Voltamos ao trabalho, só que eu não conseguia mais ficar ao lado dele, tudo estava fora de controle: o coração, os músculos e os desejos. Pedi folga ao chefe alegando não estar muito bem e que precisava ir ao médico urgente. Tudo caô, eu precisava mesmo era ficar longe do Marcos, o desejo só aumentava principalmente quando ele olhava para mim e mostrava o seu sorriso mais lindo. Não queria sentir aquilo, tudo ia tão bem. A nossa amizade já era forte e sincera. Não queria arruinar tudo que foi construído ao longo de dez anos.
Saí sem destino, perdido em meus próprios pensamentos. Fui sendo levado e acabei chegando à praia. Um ótimo lugar para refletir e colocar a cabeça no lugar. Fiquei horas conversando com o deus dos mares, pedindo ajuda para que tudo aquilo voltasse a ser adormecido ou até mesmo definitivamente esquecido, não deixando atrapalhar uma amizade tão bonita que foi construída a muito custo, pelo menos da minha parte. Mas parece que não fui atendido no meu pedido tão sincero. Depois de horas olhando para a imensidão do mar e procurando alguma resposta voltei para o carro e continuei rodando sem destino.
Cheguei em frente do seu apartamento, sabia que ele não estava, ainda não tinha acabado o expediente. Porém eu também sabia que o apartamento estava vazio, ele morava só. E um detalhe muito importante: não sei por que motivos, mas meses atrás ele tinha me dado uma cópia da chave. Talvez por ele ser tão esquecido e ter perdido as chaves várias vezes. Mas desde que ele me entregou essa cópia, nunca mais perdeu chave nenhuma.
Queria muito não ter aquela chave naquele momento, sabia que estava fora de mim. Tinha medo de fazer algo que pudesse acabar a amizade. Entretanto o fato é que ela estava na minha mão e quando eu dei conta já estava dentro do apartamento. 

O cheiro dele ainda mais forte me embriagando de um desejo louco. Comecei a andar por todos os cômodos, e a cada parte o meu desejo aumentava, já não tinha mais consciência de nada, tudo estava realmente fora de controle.
Entrei no seu banheiro, os meus músculos já estavam rígidos e tensos ao mesmo tempo. Eu sentia um misto de prazer e alegria por estar ali. Ousei ainda mais quando entrei em sua banheira nu, realizando fantasias que até então estavam apenas no meu pensamento. É bem verdade que eu estava sozinho, mas para mim era como se ele estivesse ali comigo, o seu cheiro era tão forte que parecia estar ao meu lado realizando todas as minhas fantasias mais ocultas. Comecei a me tocar como nunca tinha tocado antes. Parecia realmente outra mão se apossando do meu corpo. A mão do Marcos.
Saí da banheira, um desejo ainda mais intenso me levou até o seu guarda roupa, o cheiro pela casa já não me satisfazia, queria mais, quando notei já estava cheirando suas roupas, isso me fazia senti-lo mais presente. O tesão aumentou consideravelmente, estava quase no ápice quando abri sua gaveta de cuecas, isso me deixou tão louco que não pensei duas vezes comecei a levá-las ao meu nariz, comecei a gemer de prazer, aquilo nunca tinha acontecido comigo. Nunca me senti tão cheio de tesão e prazer como hoje.
Procurei loucamente por uma cueca usada, aquilo com certeza teria me deixado tão alucinado que teria gozado sem nem precisar me tocar. Mas por infelicidade, ou talvez felicidade, não encontrei a tal cueca. Continuei o sexo com a minha ilusão. Estava tudo muito perfeito, sonhei com isso há anos, e juro que naquele momento tudo era muito real. Cheirava suas cuecas loucamente como se estivesse passando minha boca pelo seu corpo, que tanto desejava.
Quando cheguei ao auge do meu tesão gozei como nunca tinha gozado antes. Foi o melhor sexo que já fiz em toda a minha existência até hoje. Gemia de prazer ainda com suas cuecas espalhadas pelo meu corpo.
Me recompus, olhei para o relógio e já estava na hora de Marcos chegar em casa, não queria que ele me visse ali, não saberia ou talvez não conseguiria explicar o que estava acontecendo. Mesmo estando confuso pelo almoço, não queria arriscar ter que encontrá-lo depois de tudo o que aconteceu ali. É melhor que tudo fique no meu pensamento como sempre foi. Não queria estragar a tarde maravilhosa que passei. Pois para mim foi real e ninguém vai tirar isso de mim.
Saí de lá sem deixar rastros, mas com uma sensação de prazer e liberdade. Nunca me senti tão feliz e realizado como estou me sentindo agora. O seu cheiro ainda está no meu nariz. Voltei para a praia e prometi para mim mesmo que ia levar esse segredo para sempre comigo. E que jamais deixarei que nada estrague a nossa amizade tão linda e verdadeira. Assim espero.
Posso ser feliz só tendo sua amizade, pois bem sei que daquele mato não sai cachorro.
Ou será que estou enganado? É melhor deixar tudo como está.

Denis

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Com Você

Encontrei você
E desde então tudo mudou.
As cores voltaram,
Os meus dias se encheram
de alegria.


Minha vida,
Tal qual um quadro de Monet.
Parece fantasia,
Mas é tudo real
E com você tudo dá certo.


Encontrei você,
Me olhou.
E como um imã
Para você tudo se voltou
Quase sem querer.


Atenção;
Desejo;
Paixão;
Amor;
E todo o sentimento do meu coração.


Meu destino
Agora caminha na sua direção.
É pra você,
E com você
Que os meus dias seguirão.


[06/12/2011]

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ainda bem


Veio até mim
Quando já não mais esperava
Apareceu.
Foi chegando assim
Bem de mansinho
Me conquistando com jeitinho.


Medo.
Coração cheio de cicatrizes,
E um desejo incontrolável
de ter você.
O que fazer?
Se entregar.
Esperar.


Olhos nos olhos,
Boca na boca,
Pele com pele,
Desejo,
Paixão,
Amor.


Veio até mim
Ainda bem que você veio.
Me pegou,
Me desarmou,
Me conquistou,
E hoje meu desejo deseja você.


[06/12/2011]

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Primeiro encontro


Um convite,
Olhos nos olhos,
A timidez,
Coração acelerado.

No salão a música envolvente,
Corpo no corpo.
Deslize.
Desejo ardente nos lábios.

O beijo,
A textura dos lábios,
A umidade no toque,
Vontade louca de parar o tempo.

Tremor dos corpos,
Arrepio na pele,
O querer mais que querer.
E então prazer.

[18/08/2011]

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Paixão

Foi numa noite de domingo que Paulo conheceu o sabor da outra metade. Ele jamais imaginaria que seria de um jeito tão estranho, tipo ‘conto de fada’.
Conheceu o Ricardo na festa da amiga de Juliana. Assim que Paulo bateu os olhos em Ricardo, algo o atraiu, talvez seu porte físico. Um rapaz alto, corpo atlético, sedutor. E tratou logo de pedir a sua prima pra saber algo sobre o Ricardo. Quem ele era, se era comprometido. E tudo o que Juliana conseguiu saber sobre Ricardo, era que ele era cunhado da anfitriã.
Paulo não se satisfez com apenas essa informação. Passou a noite toda esperando um momento para puxar assunto com o Ricardo. E foi no toalete que ele achou a oportunidade. Quando Paulo entrou no banheiro viu o Ricardo arrumando seu cabelo em frente ao espelho, e logo seus olhares se cruzaram. Algo de extraordinário aconteceu no ar e naquela troca de olhares.
Passaram alguns minutos conversando até Juliana ligar para Paulo chamando o pra ir embora. Trocaram números de telefone e deixaram no ar a promessa de uma ligação no dia anterior. Na volta pra casa Paulo relembrava a conversa que tivera há pouco com o cara mais sedutor que conhecera. O seu jeito de falar deixava qualquer pessoa hipinotozada, era assim que Paulo estava se sentindo. Sem contar o lado misterioso de Ricardo. Ele parecia que escondia algo.
Tudo o que Paulo descobrira sobre ele, foi que Ricardo estava solteiro, e seu irmão namorava Larissa, a dona da festa. Não conseguiu saber mais nada, muito menos o que tanto remoia em sua cabeça. Ricardo deixava dúvidas.
No dia seguinte Paulo hesitou em ligar para Ricardo, passou o dia todo esperando a tal ligação. Já tinha perdido a esperança, afinal de contas Paulo nem sabia se ele era gay, pouco sabia da sua vida. Resolveu então ir caminhar na praia, pensar um pouco na vida, refletir sobre a noite anterior. E foi nesse momento que o telefone tocou, e para surpresa de Paulo, que já estava sem esperança, o nome que apareceu na tela do celular o fez tremer, deixando suas pernas bambas. Sentou ali mesmo na areia, pois mais um segundo ele cairia. Ficou sem entender porque isso aconteceu com ele. O que Ricardo tinha que o fazia perder os sentidos? Isso era o que Paulo queria descobrir quando atendeu a ligação.

- Alô? – Paulo atende desconfiado.
- Liguei pra saber o que você vai fazer hoje. Estava pensando em convidar-lhe para dar uma volta. Talvez tomar uma água de côco.
- Bom, eu estou nesse momento aqui na praia...
- Ótimo, então me espera. – Ricardo falou mais alegre do que nunca.
Paulo ficou sem entender. Não parecia nem um pouco com o garoto que conhecera ontem na festa. Ele estava mais aberto, parecia feliz com alguma coisa. Agora a ansiedade tomava conta de Paulo.
Minutos depois Ricardo senta ao lado de Paulo, ambos olhando para o mar. Como Ricardo o achou? Só o destino e o desejo podem responder.
Paulo logo percebeu algo de diferente com Ricardo. O lado misterioso ainda continuava em seu semblante, mas ele parecia mais alegre, animado. Nada melhor do que uma noite de reflexão.

- Pensando em quê? – Perguntou Ricardo sentando ao lado de Paulo.
- Nos mistérios e surpresas da vida. – Paulo falou se virando para olhar nos olhos de Ricardo.
- Então quer dizer que a vida te fez alguma surpresa?
- Em partes sim.
- Hum. Pois eu posso dizer que a vida me fez uma surpresa... – Ricardo parou, sentia o coração acelerar.
- Ah, e qual foi a surpresa que ela te fez?

Paulo continua olhando para Ricardo que olhava o horizonte atentamente, foi se virando aos poucos para olhar nos olhos de Paulo. E depois de duas piscadas, ele disse:

- Você! Não parei de pensar em você desde o momento em que nos vimos..
- Eu também. – Disse Paulo quase sem voz de tanta emoção. Ele não acreditava que aquilo estava acontecendo com ele. Sempre que se interessava por alguém nunca era correspondido. Mas o que estava acontecendo ali era tudo ao contrário. O garoto que ele gostou, estava interessado também.
- Você também gostou de mim? Achei você um pouco frio quando te liguei, pensei que não tivesse se interessado por mim. – Ricardo fala mais animado.
- Engraçado, pois eu achei você muito misterioso. Cheguei a pensar até que você não gostasse de homens. - Eles riram.
Ricardo olhando nós olhos de Paulo se aproxima dos seus lábios, e eles se beijam selando assim o começo de uma nova paixão.